Tema: A Suprema lei de Deus. Um salmo escrito para celebrar a coroação de um rei israelita; uma alusão à coroação de Cristo, o Rei Eterno.
Autor: Davi
1
POR que se amotinam os gentios, e os
povos imaginam coisas vãs?
2 Os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente contra o SENHOR e contra o seu ungido, dizendo:
3 Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas.
4 Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles.
5 Então lhes falará na sua ira, e no seu furor os turbará.
6 Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte de Sião.
7 Proclamarei o decreto: o SENHOR me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei.
8 Pede-me, e eu te darei os gentios por herança, e os fins da terra por tua possessão.
9 Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro.
10 Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra.
11 Servi ao SENHOR com temor, e alegrai-vos com tremor.
12 Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se acender a sua ira; bem-aventurados todos aqueles que nele confiam.
2 Os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente contra o SENHOR e contra o seu ungido, dizendo:
3 Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas.
4 Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles.
5 Então lhes falará na sua ira, e no seu furor os turbará.
6 Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte de Sião.
7 Proclamarei o decreto: o SENHOR me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei.
8 Pede-me, e eu te darei os gentios por herança, e os fins da terra por tua possessão.
9 Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro.
10 Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra.
11 Servi ao SENHOR com temor, e alegrai-vos com tremor.
12 Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se acender a sua ira; bem-aventurados todos aqueles que nele confiam.
Este Salmo é
geralmente considerado como messiânico mas foi baseado, pode-se dizer quase que
com toda a certeza, numa ocasião histórica como a que nos é narrada em 2Sm 5.17(Ouvindo, pois, os filisteus que haviam
ungido a Davi rei sobre Israel, todos os filisteus subiram em busca de Davi; o
que ouvindo Davi, desceu à fortaleza) ou em 2Sm 10.6(Vendo, pois, os filhos de Amom que se tinham feito abomináveis para com
Davi, enviaram os filhos de Amom, e alugaram dos sírios de Bete-Reobe e dos
sírios de Zobá vinte mil homens de pé, e do rei de Maaca mil homens e dos
homens de Tobe doze mil homens.) e seguintes. Uma situação semelhante é
comemorada no Sl 83.5-8 (Porque consultaram juntos e unânimes; eles se unem
contra ti: As tendas de Edom, e dos ismaelitas, de Moabe, e dos agarenos, De
Gebal, e de Amom, e de Amaleque, a Filístia, com os moradores de Tiro; Também
a Assíria se ajuntou com eles; foram ajudar aos filhos de Ló. (Selá.) mas
a característica distintiva do Sl 2 está no seu discernimento da crise cósmica
por detrás de um acontecimento de caráter nacional.
O poema representa o
mundo inteiro organizado contra o Senhor em deliberada oposição ao Seu governo.
Isto sugere uma diferença fundamental entre a perspectiva da terra e a do céu;
daqui provêm o contraste entre a agitação e a futilidade dos povos em rebelião
e a equanimidade e imutabilidade dos propósitos de Deus.
A conferência mundial
(1-3)
A questão apresentada
no vers. 1 é retórica e não analítica, por que qualquer revolta contra Deus é
considerada sem fundamento. O furor das nações não é a fúria da ira concertada,
mas o tumulto que resulta da disputa ruidosa entre gentes que imaginam coisas vãs,
isto é, que se rebelam e fazem projetos vãos e ineficazes. Historicamente, o
objeto do ataque dos ímpios era o ungido do Senhor, Davi (1Sm 24.6 “E disse aos seus homens: O SENHOR me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor,
ao ungido do SENHOR, estendendo eu a minha mão contra ele; pois é o ungido do
SENHOR.” ); essencialmente, era o próprio Deus; profeticamente, era o
Messias (At 4.25-27 “Que disseste pela
boca de Davi, teu servo: Por que
bramaram os gentios, e os povos pensaram coisas vãs? Levantaram-se os reis
da terra, E os príncipes se ajuntaram à uma, Contra o Senhor e contra o seu
Ungido.
Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel;” ).
Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel;” ).
A confiança celestial
(4-6)
Só é possível avaliar
verdadeiramente a situação discernindo a mente de Deus, que Se senta
entronizado no Céu e contempla todo o tumulto da insurreição com a suprema
confiança no ilimitado poder da verdade (2 Co13.8 “Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade.” ). Então (5) tem uma força
peculiar. Significa o fim do tempo da aparente liberdade do homem e o
estabelecimento, na terra, do propósito divino. Tão certo está este clímax
determinado que Deus pode permitir-se conceder séculos às nações rebeldes de
modo que todos os planos delas possam amadurecer, todas as objeções possam ser
utilizadas e toda a resistência possa ser tentada (Ez 33.11 “Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que
não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho,
e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que
razão morrereis, ó casa de Israel?”). Então, na plenitude dos tempos, Ele
intervém com ira (lit. "soprando com força pelas narinas") e no Seu
furor (lit. "com ardente ira") e enuncia a Sua palavra enfática (Rm
1.18 “ Porque do céu se manifesta a
ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade
em injustiça.”; 2Ts 2.8-13). Eu porém ungi o meu Rei sobre o meu santo monte
(6; Hb1.2-3 “A quem constituiu herdeiro
de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua
glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela
palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos
pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas;” ). O
argumento de Davi, contra os que se lhe opunham, era que Deus o tinha
indigitado para o trono, pelo que qualquer resistência que lhe fosse feita significava
disputar com Deus (Sl 4.3).
A sua autoridade real
(7-9)
Imagina-se que as
nações rebeldes, reunidas em revolta tumultuosa sobre a terra, foram
momentaneamente apaziguadas pela declaração divina que ecoa desde o Céu. No
silêncio que se supõe seguir-se, o próprio Davi dirige-se aos reis e aos povos
congregados. Em primeiro lugar, ele defende o seu reinado, como sendo
autorizado pelo Senhor, com fundamento no parentesco (7), doação (8), e
vocação, isto é, o poder de vencer (9). A frase Tu és meu Filho (7) encontra um
paralelismo no Sl 89.26-27 (Ele me
chamará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, e a rocha da minha salvação. Também
o farei meu primogênito mais elevado do que os reis da terra.) e as
palavras Eu hoje te gerei podem entender-se, historicamente, como fazendo
referência ao dia da entronização de Davi. Foram porém verdadeira e
completamente cumpridas em Jesus Cristo, como o Novo Testamento ensina. At
13.33 “Como também está escrito no salmo
segundo: Meu filho és tu, hoje te gerei.”; Rm 1.4( “Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação,
pela ressurreição dos mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor,”) declaram
que Ele foi aclamado "Filho" pelo próprio fato da ressurreição. Hb
1.5 “Porque, a qual dos anjos disse
jamais: Tu és meu Filho, Hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, E
ele me será por Filho?” e Hb 5.5 “Assim
também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas
aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, Hoje te gerei”; citam a frase,
associando-a com a encarnação e o sacerdócio de Cristo. Alguns manuscritos,
incluindo o Códice de Beza*, usam-na em relação com o batismo de Jesus (Lc 3.22
“E o Espírito Santo desceu sobre ele em
forma corpórea, como pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: Tu és o meu
Filho amado, em ti me comprazo.”). Semelhantemente, a dádiva prometida das
nações e dos domínios deste mundo veio a ser uma expectativa messiânica e desde
há muito que se entende como dizendo respeito a Cristo. Ap 2.27(E com vara de ferro as regerá; e serão
quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai.) cita
o vers. 9 em ligação com "o fim", isto é, a vinda de Cristo em poder
e glória (Ap 19.15 “E da sua boca saía
uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de
ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus
Todo-Poderoso.”).
A ação razoável
(10-12)
Na segunda parte do
discurso de Davi, ele retrocede para a realidade da situação descrita nos vers.
1-3. Aquele perigo ainda não passou; a crise ainda não está resolvida; a
elasticidade do divino Então (5) ainda não deu de si; os eventos futuros podem
ainda ser moldados pelos homens. Esta é a razão do apelo feito aos reis e
juízes da terra. Sede prudentes... Servi ao Senhor... beijai (isto é, prestai
homenagem) ao Filho, porque, de outro modo, não poderá haver escape do
desastre.
Devemos render-nos e submeter-nos completamente ao Filho de Deus. Jesus não é somente o Salvador escolhido pelo Eterno, é também o legítimo Rei do nosso coração e da nossa vida. Para estar prontos para a sua vinda, precisamos submeter-nos à sua liderança todos os dias.
Fonte:
Bíblia de Estudo e Aplicação Pessoal
Bíblia comentada - F. Davidson
Wikipédia
Códice de Beza*: Ou Codex Bezae, também conhecido como Manuscrito 'D', pertence, provavelmente, ao século VI.
Recebeu este nome por ter sido descoberto pelo teólogo francês Theodore Beza.
É um manuscrito bilíngue: grego à esquerda e latim à direita, com
pouca relação entre os conteúdos grafados em grego e
em latim.
A versão latina é ocidental e sofreu influências siríacas. Possui somente os
quatro evangelhos e o livro de Atos dos Apóstolos. Notam-se várias lacunas
textuais, principalmente no evangelho de Lucas; além de algumas adições, no
livro de Atos. Atualmente encontra-se na Biblioteca de Cambridge.
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