quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Pecado, Perdão e Apostasia

Pecado 

No grego é "amartia", Esse termo é derivado de uma raiz que indica “errar o alvo”, “fracassar”. Trata-se do fracasso em não atingir um padrão conhecido, mas antes, desviando-se do mesmo. Essa palavra, porém, veio a ter também um significado geral, indicando o princípio e as manifestações de pecado, sem dar qualquer atenção a seu significado original. O trecho de I João 3.4 usa o vocábulo anomia, “desregramento”, desvio da verdade conhecida, da retidão moral. O pecado tanto é um ato como é uma condição. É o “estado” dos homens sem regeneração, que se manifesta na forma de numerosos e perversos atos. Pecar é afastar-se daquilo que Deus considera a conduta ideal, do homem ideal, exemplificado em Jesus Cristo. Isso conduz à “impiedade”(asebeia; II Pedro 2.6), que consiste na oposição a Deus e a seus princípios, em autêntica rebelião da alma. E isso leva à “parabasis”, “transgressão” ( Mt 6. 14 e Tg 2.11) contra princípios piedosos reconhecidos. Isso leva o indivíduo à “paranomia”, a  “quebra da lei”, o  “afastamento” da lei moral ( Atos 23.3 e II Pedro2.16). Nossos pecados também são “passos em falso”, Isto é, “paraptoma”, no grego ( Mt  6.14 e Ef  2.1). Propositadamente “caímos para um lado”,  “desviamo-nos pela tangente”, apesar de estarmos instruídos o bastante para não fazê-lo.

Desse modo, o N.T. descreve o pecado sob boa variedade de modos, cada um deles como o uso de um quadro falado sobre o que isso significa. Cristo Jesus é a cura de cada uma dessas manifestações do pecado, pois a sua expiação apaga a dívida; e a santificação em Cristo transforma o pecador, para que seja um ser santo e celestial. E Deus é fiel e justo, conferindo  esse imenso benefício aos homens que se submetem a ele, isto é, que exercem fé em Cristo e ao seu mundo eterno ( Hb 11.1).

O pecado é a transgressão da Lei Espiritual. O autor sagrado oferece-nos uma definição possível de “pecado”, bastante lata, mas não a única possível. O pecado pode ser praticado por omissão (Tg 4.17); e os pagãos, que não tinham lei , no sentido de uma legislação divinamente dada, mesmo assim pecavam (ver o segundo capítulo da epístola aos Romanos). A “lei”, neste caso, certamente é a “lei mosaica”, e não a nova lei do Espírito, revelada no evangelho. Porém, apesar de poderem ser dadas outras definições de pecado, o autor sagrado não estava interessado em qualquer delineamento completo do que pode ser o pecado. Para o seu argumento, bastava que o chamasse de “transgressão da lei” e todos entendemos.

A Natureza do Pecado

1. O pecado é cósmico em sua natureza. Nenhum ser humano peca sozinho. O pecado sempre fará parte de uma rebelião cósmica contra Deus e contra a retidão. I João 3.8 enfaticamente assevera que aquele que “pratica o pecado” é do diabo. Esse ser maligno é intitulado “o deus deste mundo” (II Co 4.4), e muitos são seus súditos e escravos. Será necessária uma providência cósmica para remover o pecado, e o julgamento tomará conta disso.
2. Mas o pecado também é pessoal. Embora as forças satânicas forneçam a agitação (Ef 6.11 e ss), o indivíduo é responsável pelas suas ações, e, portanto, ele é convocado a arrepender-se. O homem não pode alterar o quadro cósmico, mas pode ser pessoalmente redimido.
3. Sem importar se cósmico ou pessoal, o fato é que o pecado é, definidamente, uma questão de rebeldia. O pecado tem por escopo destruir uma alma eterna ( I Pd 2.1). O pecado é algo muito mais sério do que aquilo que gostamos de pensar a seu respeito.
4. Foi preciso a missão de Cristo para dar solução ao problema do pecado (Rm 5. 1; Cl 1.20 e Ef 1.10).

Como é que Todos Pecaram, Rm 5. 12

1. Alguns intérpretes dizem: “Em Adão...”, isto é, todos os homens participaram, em Adão, do pecado 
original, e contra esse pecado é que o juízo foi proferido. Essa ideia é frisada por causa da analogia com o ato isolado de justiça que nos outorgou a justificação. A expiação de Cristo foi exatamente esse ato, mediante o qual somos justificados, e não mediante inúmeros atos de justiça que porventura pratiquemos. Por semelhante modo, somos julgados por causa de um único ato - o pecado de Adão – do qual todos participamos. Há evidências rabínicas em favor dessa ideia.
2. Outros afirmam que Rm. 5.12 fala de pecados individuais (e essa opinião é esposada pela maioria dos intérpretes).
3. Talvez seja melhor misturar esses dois pontos vista. O homem nasce com o pecado original. Ele pecou em Adão. Mas cada indivíduo também tem seu próprio pecado. E ambas as modalidades o condenam. Isso está em concordância com os princípios ensinados em Romanos 2.6, o de que cada um será finalmente julgado de acordo com suas próprias obras.

Como a Graça Opera, a Fim de Nos Dar Vitória Sobre o Pecado Rm 6.14

1. A palavra “graça”, neste caso, refere-se ao sistema espiritual da graça, em contraste com o sistema da lei. Sob Moisés, os homens receberam um conhecimento para eles elevado demais. Ficaram sabendo o que havia de errado, mas foram deixados sem poder para resistir ao pecado. De fato, a lei revigorou-o pecado. Sob a graça, pelo contrário, o ministério do Espírito nos é conferido, pois ele é o alter ego de Cristo, o qual faz de nós o seu templo (Ef 2.20), e, dessa forma, nos transforma.
2. O método mosaico era «legalista», isto é, consistia em uma lei que exigia coisas dos homens, não entendendo, gerava o orgulho humano. Abria caminho para os méritos humanos como maneira de considerar-se a obtenção da salvação. Portanto, não podia prover aos homens o dom divino, a saber, a salvação da alma.
3. O caminho do Espírito é sobrenatural, Esse vocábulo, consoante à sua definição mais básica, significa que entramos em “contato” com algum poder superior, especificamente, Deus, o Espírito Santo, Cristo. Esse contato capacita-nos a cumprir os requisitos da retidão, não com perfeição impecável, mas com vitórias sobre o vício e o pecado.
4. No trecho de Rm 6.12, demos notas sob o titulo “Como pôr fim a esse reino do pecado”, onde há certo número de sugestões que têm aplicação aqui. Assim perceberemos que tais meios, todos eles em seu conjunto, foram providos pelo poder do Espírito, o qual é o agente do “método da graça” da salvação.
5. O trecho de Rom. 8:2 fala sobre a “lei do Espírito” que opera em nós; e é através desse novo princípio que obtemos a vitória. Essa nova lei foi escrita em nossos corações, pelo que se torna em uma característica dá alma, e não mero conhecimento mental (II Co 3.3 quanto a esse conceito).
6. O Espirito Santo é o poder por detrás dos meios de desenvolvimento espiritual. O método da graça opera através de tais meios.
7. Obviamente, o método da graça abre a provisão necessária para a santificação, uma importantíssima realidade e doutrina cristã ( I Ts 4.3).
8. O alvo maior das operações do Espírito, o que, paralelamente, é o aspecto mais elevado da salvação, é a transformação do indivíduo segundo a própria imagem de Cristo, de tal modo que o crente vai passando de um estágio de glória para outro, em contínua ascensão. (II Co 3.18).
 E obvio que a pessoa assim beneficiada, dificilmente se vê sujeita ao reino do pecado.

Perdão dos Pecados

1. É conferido exclusivamente por Deus (Mc 2.7).
2. Alicerça-se sobre a expiação pelo sangue (Hb 9.22; Ef 1.7).
3. É dado por meio de Cristo (Lc 1.69,77).
4. E exibição das multiformes misericórdias de Deus (Ef 1.7; Is 55.7 e Rm 5.20).
5. Consistem em serem apagadas nossas transgressões (Is 44.22), com total olvido das mesmas por parte de Deus (Hb 10.17).
6. Restaura o pecador diante de Deus (Is 44.22).
7. É o começo da salvação, além de ser condição necessária para a mesma (Rm 4.8).
8. Mas a salvação não consiste apenas no perdão de pecados e na transferência de endereço para os céus, como, algumas vezes, a salvação é definida. O perdão é apenas o começo, e jamais o fim ( Hb 6.1-3).
Segue-se a isso a santificação, como um resultado natural e necessário (I Ts 4.3). Segue-se, obrigatoriamente, a participação nas virtudes de Cristo ( Gl 5.22,23). Nisso tudo ocorre a transformação moral do ser, o que, por sua vez, provoca a transformação metafisica. Dessa forma o crente vem a participar da imagem e da natureza de Cristo ( Cl 2.10 e Rm 8.29). Isso é uma operação do Espírito (II Co 3.18). A participação na natureza divina é a principal característica da salvação (II Pd 1.4).

Graduações do Pecado

1. Alguns crentes, naqueles momentos que fazem experiências com a teologia popular, supõem que não há gradação no pecado. Em outras palavras, “pecado é pecado”, dizem, “e todos os pecados são igualmente maus diante de Deus”.
2. Essa opinião, entretanto, nega o princípio exarado em Rm 2.6, que diz que cada indivíduo será julgado de conformidade com as suas próprias obras, e que o próprio crente será julgado segundo o que tiver praticado, de bom ou de mau, através do seu corpo (II Co 5.10).
3. Essa teologia popular também nega a base mesma da lei da colheita segundo a semeadura (Gl 6.7,8).

O Reino do Pecado

1. O pecado, fortalecido pela lei, transformou-se em um tirano universal; prometia benefícios, mas dava aos homens a morte física e a espiritual (Rm 6.3).
2. A morte é merecida, conforme fica claro na referência bíblica acima. Os homens se aprovam mutuamente,  encorajam uns aos outros, ao mesmo tempo que ganham esse horrendo salário (Rm 1.32). Isso prova o quanto o pecado se tomou em um tirano, a ponto que os homens sejam enganados e cheguem mesmo a gostar daquilo que praticam. O tirano os submeteu a uma lavagem cerebral tão completa que eles, mesmo quando reconhecem que estão praticando o que é errado, e mesmo quando podem antecipar seus resultados, não podem controlar-se.
3. Esse tirano domina o corpo inteiro (o que explica as ações da alma) e reduz os homens a totais escravos (o que é a mensagem do sexto capitulo de Romanos),
4. O pecado obriga os homens a fazerem coisas irracionais e absurdas, mas os homens não têm força de vontade contra isso. Alguém disse uma verdade: “Senhor, temos conhecimento; o que não temos é força de vontade”.
5. O que os homens se recusam a fazer habitualmente torna-se para eles uma impossibilidade moral. Ou aquilo que os homens fazem de errado habitualmente extrai de suas consciências o senso da pecaminosidade do pecado.
6. Os pensamentos se transformam em hábitos; os hábitos se tornam em caráter; o caráter determina o destino.

Pecado Imperdoável - Mateus 12.32

"Todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do homem, isso lhe será perdoado, mas quem falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no porvir"

A rejeição a Cristo conduz ao julgamento - eterno. Os homens rejeitaram-no então, como continuam a fazê-lo agora. Mas, o pecado aqui em foco, ainda que tenha o mesmo resultado, é muito diferente desse. A quinta interpretação só admite a possibilidade desse pecado nos dias de Cristo, pois só naquele tempo havia possibilidade de atribuir as obras de Cristo, feitas pelo poder do Espírito Santo, a Satanás. A ausência de Jesus desta terra impossibilita que se cometa tal pecado hoje em dia, ainda que os homens rejeitem a Cristo. O julgamento sobrevirá fatalmente contra aqueles que, em sua incredulidade, não aceitarem a Jesus, os quais, por isso mesmo, também rejeitam as obras e a influência do Espírito; e o resultado será idêntico. A diferença é que consideramos impossível que alguém pudesse cometer esse ato atualmente. Assim sendo, conclui-se também que os que rejeitam agora a Cristo não se tornam incapazes de aceitá-lo depois, embora isso talvez se torne impossível em decorrência do processo de endurecimento do coração, por motivo de incredulidade e da rejeição à influência do Espírito Santo. Mas, no juízo final, o resultado será o mesmo; os meios para alguém chegar a ele é que são diferentes.

“Não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir”

Fica subentendido que o perdão, impossibilitado nesta existência terrena, por causa da blasfêmia contra o Espírito Santo, não poderá ocorrer na vida além- túmulo. Talvez as próprias palavras, se não levarmos em conta o sentido dado pela literatura judaica, possam ter esse sentido; a intenção do ensino, como é óbvio, é provar justamente a impossibilidade do perdão após a morte.

Pecado Voluntário

Hb 10.26: Porque se voluntariamente continuarmos no pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados,

O ponto de vista do autor é de que não há remédio para a “apostasia”, o que certamente ele entendia como um dos pecados deliberados, sendo destacado como tal dentro deste versículo. Na realidade, nada havia de novidade nesse ponto de vista; era opinião comum entre os rabinos, com base no A.T. ( Nm 15.24-31). Somente os pecados de “ignorância” poderiam ser expiados; se um homem pecasse teimosamente, com pleno conhecimento de sua maldade, mas deliberadamente prosseguisse, não haveria mais sacrifício em seu favor; simplesmente ficaria “cortado” ou exclui do povo. Sua iniquidade permanecia sobre ele (ver o versículo 31); e isso significaria que ele entraria no outro mundo sem perdão, perdido. Todavia, não sabemos como eram determinados quais eram os pecados de ignorância e quais eram os deliberados.
Se viermos deliberadamente em pecado. O grego diz, simplesmente, “pecarmos deliberadamente”. O termo grego “ekousios” indica  “de própria e livre vontade”, “voluntariamente”. Portanto, não temos exatamente uma tradução neste ponto, e, sim, uma interpretação.

Do que Consiste O Pecado Voluntário

1.Os tradutores ou revisores de nossa versão portuguesa dão a impressão de que qualquer pecado pode ser praticado “deliberadamente”, a propósito, de tal modo que o individuo passa a “viver no pecado”. Isso está de acordo com certas indicações que aparecem no A.T.
2. Mas também podem estar em foco certos pecados seríssimos e agravados, cometidos com pleno conhecimento de causa; segundo o presente texto, que fala em “...depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade...”, isso só pode suceder depois que alguém ouviu e recebeu o evangelho. Essa é uma ideia razoável, mas nada existe no contexto, ou no pano de fundo do A.T., que a sugira.
3. Outros estudiosos supõem que o sentido é que qualquer pecado, de qualquer classe, se for cometido voluntariamente, após alguém chegar ao conhecimento da verdade, segundo ela se acha em Cristo, não pode mais ser perdoado. Porém, apesar de talvez podermos ver esse sentido na passagem do décimo quinto capitulo do livro de Números, e até mesmo aqui, se ficarmos com a simples declaração que aqui se acha, sem injetar qualquer interpretação, isso não poderá ser feito. E ainda que o autor sagrado tivesse dito isso, estaria equivocado, pois, nesse caso, ninguém poderia jamais ser salvo, pois quem é aquele que, depois de ter conhecido e recebido a mensagem cristã, não tem cometido deliberadamente muitos pecados?
4. Em consonância com o presente contexto, e levando em conta uma advertência similar já feita (Hb 6.4 e ss), o pecado voluntário parece ser o "da  apostasia, em que o individuo abandona a fé cristã, retornando aos caminhos pagãos ou ao judaísmo. Essa interpretação está em total harmonia com a mensagem central do tratado, e provavelmente é o que está em foco aqui. Contudo, não entra em contradição com a explicação de número  “um”. O autor sagrado veria a apostasia como um processo progressivo; começa na indiferença, continua na lassidão moral e termina na apostasia. Portanto, o autor sagrado incluiria a primeira explicação, ainda que não seja essa a questão primariamente em foco aqui.
5. Seja como for, a advertência é feita a crentes, pois ele não se dirigia a alguma audiência fantasma. Em Hb 3.6b. O autor sagrado, sem importar se gostamos disso ou não, cria que a apostasia é possível, que ela é fatal, sem reversão e sem expiação. Uma grande parte da igreja cristã tem anulado estes ensinos. Alguns poucos teólogos continuam afirmando estas opiniões. Outros, rejeitando estas ideias, forçam o autor a não ter, igualmente, estas noções; mas nisso demonstram ignorância sobre a teologia judaica, que forma a base dos pontos de vista do autor sagrado, os quais, segundo a literatura rabínica o demonstra, consubstanciavam ambas essas ideias. (Hb 6.4).

As passagens de Hb 7.27; 9.12,26,28 e 10.10 mostram a convicção que tinha o autor sagrado de que o sacrifício único de Cristo é o sacrifício final e perfeito. Nada pode ser acrescentado a essa perfeição. Se rejeitarmos o sacrifício perfeito, simplesmente perdemos o perdão. A apostasia é uma maneira de rejeitarmos esse sacrifício, ainda que por algum tempo tenha sido o mesmo aceito. Naturalmente, nesse particular, o autor sagrado impõe certa limitação sobre a nova aliança e seu sacrifício, que não é reconhecida no resto do N. T., e que certamente não é válida. Não há ocasião em que um homem, sem importar o que tenha feito, mesmo que tenha desprezado a Cristo, depois de tê-lo recebido, em que não possa ser perdoado. A paixão e a intensidade do autor, em salvar os seus leitores da apostasia, são atitudes amáveis. O trecho de Hb 6.4, aborda mais profundamente essa questão. Há muitos Pedros que, depois de terem negado a seu Senhor, retornam. E haverá maior número dessas restaurações. O amor de Deus não apenas atinge a mais alta estrela; também atinge o mais profundo inferno.


Tudo isso vemos que o pecado leva a escravidão e morte eterna, e a graça de Deus alcança o homem para perdoá-lo e dá vida eterna. O perdão é o começo da caminhada ao céu, que poderá ser interrompida pela apostasia.



Nota: Para os rabinos a expressão agora, ou seja, o presente, indicava "antes da vinda do Messias, e porvir, indicava, depois da vinda do Messias.

Fonte:
Bíblia Sagrada - Biblia de Aplicação Pessoal - Revista e Corrigida João F. de Almeida
Bíblia Judaica Completa - O Tanakh (AT) e a B'rit Hadashah (NT) - Tradução: Rogério Portella e Celso E. Fernandes
O Novo Testamento Interpretado - Camplin, Rossell Norman, 1979

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