terça-feira, 17 de setembro de 2013

O que as provaçoes produzem na vida do cristao

TIAGO 1.3 - "Sabendo que a prova da vossa fé opera a paciencia."

Somos aperfeiçoados quando passamos por provaçoes, esse aprendizado é necessario para atingirmos um um carater que busca agradar a Deus.

Entao com as provaçoes aprendemos:

1 -  Aprendemos a paciência. “Pois tendes o conhecimento de que o teste de autenticidade de vossa fé produz paciência.” O termo grego para “paciência”, hypomoné, significa também “perseverança”, “constância”, literalmente “permanecer por baixo”, debaixo das condições difíceis, das tarefas onerosas, dos sofrimentos físicos e psíquicos etc., permanecer debaixo de Deus e de sua vontade, no lugar em que ele nos colocou. Nossa natureza humana perde a paciência diante das adversidades. Mas em que sentido, afinal, as tribulações produzirão paciência nos cristãos?

Paulo escreve: “Estais radicados nele”, em Cristo (Cl 2.7). As tribulações são capazes de nos prestar o serviço de nos ensinar a enraizar-nos cada vez mais profundamente em Deus, a agarrar-nos cada vez mais firmemente a ele. É como as árvores fazem na natureza: as de raízes rasas são derrubadas, uma depois da outra, pela tempestade. As faias solitárias sobre os montes agarram-se cada vez mais firmemente às rochas nas ventanias. Consequentemente, nossa constância se fortalece cada vez mais nos testes de autenticidade. – Igualmente colhemos experiências com nosso Senhor, como p. ex.: “Ele tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz subir, ele empobrece e enriquece; abaixa e também exalta” (1Sm 2.6s). Em novas provações saberemos por experiência própria: não há motivos para resignar. Sabemos o que podemos esperar de Deus nas provações, qual é o método de nosso Deus: ele socorre na aflição e, na hora certa, também ajuda a sair dela. Em certas circunstâncias, outros, ainda iniciantes na fé, poderão aprender algo com a tranqüilidade, serenidade e certeza daqueles que há muito vivem com seu Senhor e em muitas provações já colheram numerosas experiências com ele. “… que têm sido exercitados” (Hb 12.11). Ademais é importante que preservemos as experiências de tribulações anteriores para a atualidade e o futuro, para nós e outros (Sl 77.12) e as façamos frutificar em determinadas ocasiões.

2 - Chegamos a uma obra completa. “Mas a paciência deve conduzir a uma obra perfeita”: muitas vezes pensamos que se formos protegidos contra as adversidades diárias obteremos uma vida que é uma obra não-turbada, perfeita. Aqui ouvimos o contrário: é justamente sob as muitas dificuldades que deve e pode acontecer (as instruções de Deus são ao mesmo tempo promessas) que cheguemos ao alvo de uma obra vital, completa, agradável a Deus. Os que “com lágrimas semeiam hão de colher com alegria” e trazer seus feixes (Sl 126.5s). Quando estamos alicerçados na comunhão com nosso Senhor e colhemos forças de seus mananciais, somos capazes de perseverar e permanecer suportando o fardo até chegarmos ao alvo. O fato de aqui se falar da “obra” significa que paciência não é apenas passividade. No caso de nosso Senhor a paixão foi máxima ação. – No grego, o termo “perfeito” está relacionado ao termo télos, “alvo”. A obra, portanto, é ao mesmo tempo “condizente com o alvo”. Isso significa que o trabalho de nossa vida não será simplesmente algo para ser exibido perante pessoas ou para uma “biografia cristã”, mas que nosso Senhor, cujo veredicto será o único em vigor, um dia nos dirá em sua graça: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor!” (Mt 25.21).

3 - E nós mesmos, no devido prazo, nos tornamos pessoas completas para o alvo. “Para que vós (pessoalmente) sejais perfeitos (condizentes com o alvo) e irrepreensíveis e não apresenteis deficiência em nada”: o que está em jogo perante Deus não é apenas o que realizamos, mas também o que somos. Em seu dia nosso Senhor deseja apresentar irrepreensíveis as pessoas que lhe foram confiadas pelo Pai, a si mesmo e depois ao Pai (assim como por fim também a toda a criação), como pessoas inteiras. Até então é preciso que tenhamos chegado a esse ponto (Ef 5.27; 1Co 15.23-28). No devido prazo ele deseja consumar sua obra. Não deverá persistir deficiência em nenhum aspecto, em nenhum quesito da prova deve aparecer um “insuficiente”. Nosso Senhor assumiu pessoalmente a garantia de que estaremos prontos no prazo da grande festa (Ap 19.7; Mt 22.2-14; Lc 14.16-24), no dia de Jesus Cristo. “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6). “O Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis no futuro de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama; o qual também o fará” (1Ts 5.23s).

No grego, “irrepreensível” significa literalmente “como porção inteira”. Na antiga aliança Israel era a “porção” ou “herança” do Senhor, pertencia a Deus de maneira peculiar (Êx 19.1-9). Essa é agora a destinação da igreja de Jesus, o povo de Deus do NT formado dentre Israel e as nações (cf. o exposto na Introdução acerca da questão a respeito dos destinatários da carta). Em decorrência da obra que o Pai realiza por meio do Filho e do Espírito, a igreja de Deus pode e deve ser uma porção e herança agradável a ele (assim como a porção e herança dela é o Senhor – Sl 16.5s; cf. Dt 18.2). Justamente nos períodos de provação está em jogo um grande alvo: “Os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Rm 8.18; cf. 2Co 4.17s). Por isso: “Considerai motivo de toda a alegria, meus irmãos, quando entrais em provações diversas”.

Fonte de estudo:
Biblia Sagrada
Carta de Tiago - Fritz Grünzweig

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