Princípios Notáveis
da Separação do Crente
1. Essa separação
deve ser feita em uma atitude de consagração a Deus (“Por isso saí do meio
deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos
receberei;” II Co 6.17 e Sl 4.3 “Sabei, pois, que o SENHOR separou pra si
aquele que é piedoso; o SENHOR ouvirá quando eu clamar a ele.”). Não pode ser
uma negativa em um vácuo.
2. A igreja assume
uma qualidade gloriosa quando se separa e se santifica para Cristo (Ef 5.26,27 –
“Para a santificar, purificando-a com a
lavagem da água, pela palavra, Para a apresentar a si mesmo igreja
gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e
irrepreensível.” ).
3. A própria salvação
é impossível para o indivíduo que se recusa a ser inimigo de forças estranhas,
que guerreiam contra a alma (1Pe 2.11 – “Amados,
peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das
concupiscências carnais que combatem contra a alma;”).
4. Com quem devo me
deixar acompanhar? Com quem me identificarei? Cumpre-nos aplicar esta regra
simples:
"Que espécie de
companhia ou circunstância tende a levar-me a calar no que concerne à minha
lealdade a Cristo? Essa é a espécie de companhia que me convém evitar, excetuando
o "propósito", de evangelizar e de transformar.
5. Paulo queria que
soubéssemos que existem inimigos que nos pretendem destruir. Ele baixou
mandamentos tendentes à separação, não com o intuito de entravar, mas a fim de
ajudar-nos a cumprir nossas respectivas missões.
Aquele que poluir-se
com muitos males e com associações erradas, não conseguirá realizar grande
coisa na promoção a nossa santa causa.
Sociedade com a Iniquidade
No original grego, a
palavra aqui traduzida por sociedade, é "metoche", que significa
"partilha" "participação". A retidão, o caráter essencial
de Deus, transmitido aos crentes, não pode ter qualquer participação comum com
a "iniquidade" ou, conforme diria uma tradução mais literal desse
vocábulo grego, "desregramento" (no grego, "anemia"). A
retidão expressa aquele estado e caráter do crente que se aproximou de Cristo,
que está sendo paulatinamente transformado pelo seu Santo Espírito. Esse é o
grande alvo da vida cristã.
Minha alma, põe-te em
guarda,
Dez mil adversários
se levantam;
As hostes do pecado
muito oprimem
Para fazer-te descer
dos céus.
(George Heath).
Incrédulos é palavra
que, neste caso, se refere aos "pagãos inconfessos", porquanto não há
aqui qualquer alusão especial aos falsos apóstolos, que se opunham a Paulo.
(Comparar com 1 Cor. 6:6 - 7:12 o ss; 10:27; 14:22 e ss). Aqueles que não
confiam no evangelho e que permanecem em seus antigos caminhos pecaminosos, e que
são corruptores em potencial daqueles que se esforçam por atingir a retidão,
quando os primeiros se unem em relações errôneas a estes últimos.
Comunhão com as
Trevas
No original grego,
comunhão é "ko inonia", que significa associação, companheirismo,
relação intima, conforme aquelas coisas descritas nas notas expositivas
anteriores, como o matrimônio, sociedades comerciais, certas associações em
clubes, e, acima de tudo, no presente texto, associações do crente com as
práticas idólatras que conduzem a pecados de natureza sexual.
A "luz" é
um elevado conceito, ilustrado pela metáfora da mesma. Também lemos que Deus
Pai habita em luz inacessível (1 Tm 6.16 – “Aquele
que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos
homens viu nem pode ver, ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém.” ); e
isso fala não somente de sua elevada exaltação na justiça, mas, provavelmente,
de suas condições reais nos lugares celestes, que não permitiriam a aproximação
de qualquer homem mortal, e nem mesmo de espíritos inferiores. Tais seres
seriam consumidos talvez de uma maneira que uma ciência bem avançada poderia esclarecer.
Por conseguinte,
"luz" expressa a natureza da esfera onde Deus habita, como uma esfera
onde não podem ser admitidos seres que ainda não receberam uma elevadíssima
perfeição. Nenhum homem poderá jamais entrar na presença de Deus, se não for
perfeito (justificado por Cristo). Não obstante, essa palavra também expressa o
caráter essencialmente santo de Deus, onde não se pode encontrar a menor falha.
Jesus Cristo também é chamado "luz". Cristo é a luz mais resplandecente
que o homem mortal pode contemplar; e mesmo assim foi necessário que o Filho de
Deus viesse até nós em formas sombreadas, em que a sua glória e magnificência
apenas ocasionalmente puderam ser percebidas. Mas os seus ensinamentos
iluminaram a vereda do princípio ao fim, até o trono de Deus. Ele veio a fim de
iluminar os homens. E os seres humanos que são realmente iluminados assimilam a
natureza dessa luz" que é Cristo, não sendo meramente iluminados. Eles também
se tornam "luzes", isto é, participam totalmente da perfeita
santidade de Deus.
Não nos devemos
esquecer que o vocábulo "luz” também subentende a majestade, a glória e o
poder de um ser, e não meramente as suas qualidades de pureza e santidade. Por
intermédio de Cristo os homens também recebem majestade, glória e poder. Os remidos,
uma vez iluminados e transformados em luz, dificilmente podem ter qualquer
comunhão ou companheirismo intimo com as trevas, porquanto as trevas
representam tudo quanto é baixo, degradante, perverso e hediondo.
Fonte: Bíblia Sagrada
Enciclopédica de Bíblia Teologia e Filosofia - Champlin, Ph.D.
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