DEFINIÇÃO
O catecismo
católico define sacramento como um sinal exterior instituído por Cristo para
produzir uma graça interna. A Igreja Católica administra sete sacramentos e
estão abaixo descritos na ordem em que uma pessoa normalmente os receberia:
BATISMO
Batismo é um
sacramento que a maioria dos católicos recebe logo após o nascimento. Aos
católicos é ensinado que este sacramento lava o pecado, pelo derramamento de
água sobre a cabeça do batizando e a invocação do nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo. É neste ponto que a pessoa recebe graça, torna-se filho de
Deus, herdeiro do céu, e membro da Igreja Católica. Os católicos crêem que este
batismo remove o pecado original herdado de Adão e Eva e, no caso de um adulto
ser batizado, remove também os pecados cometidos por esse indivíduo.
A maioria dos
batismos católicos ocorre como parte de uma cerimônia formal, dirigida por um
padre. Quando uma criança nasce, os pais escolhem um homem e uma mulher para
serem padrinhos da criança. Essas pessoas concordam em ajudar os pais no
treinamento espiritual da criança e, na eventualidade de morte dos pais, eles
concordam em criar a criança como um católico fiel. Os pais também escolhem um
nome de santo para a criança. Além da água derramada sobre a cabeça da criança,
o padre também coloca sal na boca da criança para representar purificação e
preservação. Outros atos tradicionais incluem ungir com crisma e óleo,
segurando uma vela acesa, e a profissão de fé, que é dita pelos pais e
padrinhos da criança. Em certas instâncias, o sacramento do batismo é
ministrado de modo diferente. Numa emergência médica, qualquer pessoa leiga
pode efetuar um batismo. Também, parece que algumas paróquias conduzem a
cerimônia de modo diferente.
COMENTÁRIO
A Igreja
Católica ensina que a Bíblia é a Palavra de Deus, portanto, eu gostariade
examinar o que a Bíblia tem a dizer sobre os sacramentos que são praticados
pela Igreja Católica. A palavra sacramento não aparece na Bíblia, contudo, há
lugares nas Escrituras onde vemos atos ou mandamentos que são semelhantes a
alguns dos sacramentos. Os comentários a seguir, fará uma comparação e
contraste:
A palavra batismo, ou uma forma desta
palavra, aparece 96 vezes na Bíblia e o ato do batismo é referido em uns poucos
outros lugares, ainda que não pelo nome. Todas estas referências ocorrem no
Novo Testamento.
Em comparação, algo do que a Igreja
Católica ensina sobre batismo é confirmado pela Bíblia. O batismo foi ordenado
por Cristo como parte do modo de fazer discípulos. É um batismo nas águas e seu
propósito é para a remissão de pecado. É neste ponto do batismo que uma pessoa
obtém salvação e se torna membro da igreja de Cristo. (Veja Mateus 28:19;
Marcos 16:16; Atos 2:38,41; Gálatas 3:26,27; e 1 Pedro 3:20,21.)
Em contraste, há várias coisas sobre
o batismo católico que não são encontradas nas Escrituras. Estes aspectos são:
o batismo de recém-nascidos, o conceito de pecado original e o ato da aspersão,
em vez da imersão.
Todas as ocasiões de batismo
relatadas nas Escrituras envolvem adultos. De modo a ser batizada, cada pessoa
tinha que confessar sua fé que Jesus é o Filho de Deus e arrepender-se de seus
pecados. Não há exemplos de crianças pequenas sendo batizadas porque elas são
incapazes desses dois atos.
A Bíblia não ensina o conceito de
"pecado original". O batismo é o ponto em que a pessoa recebe o
perdão se seus próprios pecados. No capítulo 18 do livro de Ezequiel, Deus
explicou ao profeta que cada pessoa é tida como responsável por seus próprios
pecados e as pessoas não podem ser responsabilizadas pelos pecados de seus
ascendentes. Meu entendimento das Escrituras a respeito do assunto é que todos
os seres humanos sofrem as conseqüências físicas do pecado de Adão e Eva sendo
separados da árvore da vida, mas Deus não responsabiliza ninguém pelos pecados
de outros, inclusive os de Adão e Eva.
A palavra
"batismo" nas Escrituras, quando traduzida literalmente, significa
"consistente de processos de imersão, submersão e emersão (de bapto,
mergulhar)" (W.E. Vine, Dicionário Expositivo de Palavras do Velho e do
Novo Testamento). Os batismos que aconteceram quando Jesus e os apóstolos
estavam na terra não foram uma aspersão ou derramamento de água. Os crentes que
foram batizados foram inteiramente imersos em água. João, por exemplo, batizava
numa parte do rio Jordão que tinha muita água (João 3:23), capacitando-o a
imergir completamente aqueles que vinham a ele. O capítulo 6 da carta de Paulo
aos Romanos explica o simbolismo da imersão. "Ou vocês não sabem que todos
nós, que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? Pelo
batismo fomos sepultados com ele na morte, para que, assim como Cristo foi
ressuscitado dos mortos por meio da glória do Pai, assim também nós possamos caminhar
numa vida nova" (6:3-4). Quando uma pessoa é abaixada na água e coberta,
isso é muito parecido com um sepultamento. Quando essa mesma pessoa é levantada
da água, é como uma ressurreição dos mortos. O batismo é o ponto no qual uma
pessoa morre para o pecado e começa uma nova vida espiritual.
CONFISSÃO
O sacramento
da Confissão é também chamado Penitência. Este sacramento é como um católico
recebe perdão por aqueles pecados que ele tiver cometido depois do Batismo. A
confissão compreende três aspectos:contrição ou tristeza pelos pecados
cometidos; confissão voluntária desses pecados a um sacerdote e Penitência que envolve certas preces ou outros
atos determinados pelo sacerdote, com a intenção de fazer expiação a Deus.
O ato de
confessar pecado é parte tanto do Velho como do Novo Testamento. Sob a velha
aliança, os sacerdotes e guias confessavam seus próprios pecados e os pecados
do povo a Deus (Levítico 16:21; Esdras 10:1, 11; Neemias 9:2, 3).
Freqüentemente, esta confissão era ligada com os dias santos ou com os
sacrifícios individuais pelo pecado. As pessoas também confessavam seus
próprios pecados diretamente a Deus, em oração, ou os confessavam uns aos
outros (Números 5:7; Josué 7:19-21; Daniel 9:4,5,20).
Sob
a nova aliança as pessoas foram mandadas confessar seus pecados umas às outras
(Tiago 5:16) e foram asseguradas de que Deus as perdoaria (1 João 1:9). Sob a
nova aliança, o povo não confessa seus pecados aos sacerdotes, porque não havia
nenhuma classe especial de sacerdotes na igreja no Novo Testamento. Em sua
primeira carta, Pedro, o apóstolo, esclareceu que todos os cristãos são parte
do santo sacerdócio que oferece sacrifícios espirituais aceitáveis por Deus,
através de Cristo Jesus (1 Pedro 2:5). A confissão mencionada nas Escrituras
também não parece ter sido parte de qualquer cerimônia em particular.
SANTA COMUNHÃO
O sacramento
da Santa Comunhão também é conhecido como Santa Eucaristia. Ensinaram-me que o
sacramento da Comunhão era a parte mais significativa da celebração da Missa.
Dá-se ênfase ao sacrifício que Cristo fez por sua igreja e os católicos
acreditam que recebem graça quando recebem o corpo e o sangue de Jesus Cristo
na aparência de pão e vinho. Transubstanciação é o termo usado para descrever a
mudança do pão e do vinho no verdadeiro corpo e sangue de Cristo. Este
sacramento comemora a união do povo de Deus com seu Salvador. Na maioria das
paróquias, é prática comum ministrar somente o corpo de Cristo na comunhão. O
sangue de Cristo é ministrado muito raramente e somente em dias santos
especiais.
COMENTÁRIO
O sacramento
da Santa Comunhão tem suas raízes nas Escrituras. Conforme mencionado na missa,
Jesus instituiu este memorial na noite em que foi traído. Ele também instruiu
seus discípulos a continuarem esta ceia especial em sua memória. Três das
narrativas dos evangelhos registram este evento significativo: Mateus 26:26-29;
Marcos 14:22-25 e Lucas 22:14-20. Em sua primeira carta aos Coríntios, o
apóstolo Paulo dá instruções sobre a história e o propósito da Ceia do Senhor
(11:23-34). Ele também da orientações sobre a maneira como deve ser recebida.
A Bíblia
sugere que os discípulos dos primeiros dias da igreja se reuniam no primeiro
dia da semana para partilhar a Ceia do Senhor (Atos 20:7). Tanto o pão como o
fruto da videira eram tomados todas as vezes em que participavam desta
comemoração da morte de Cristo. A Bíblia não menciona o conceito de
transubstanciação.
CRISMA
Aos doze anos
de idade ou mais, o católico recebe o sacramento do Crisma ou Confirmação, que
é ministrado usualmente por um bispo. O recipiente do sacramento escolhe um
nome de santo e um fiel católico como padrinho. O bispo concede graça ao
recipiente ungindo-o com crisma na testa e batendo-lhe levemente no rosto. O
propósito deste sacramento é reforçar a fé da pessoa.
COMENTÁRIO
A palavra
"crisma" (ou "confirmação") não aparece na Bíblia, e não há
qualquer cerimônia ou comportamento nas Escrituras que seja comparável com esta
prática católica.
ORDENS SACRAS
Ordens Sacras
é o sacramento pelo qual padres e bispos são ordenados. Homens que frequentaram
o seminário recebem o poder do sacerdócio e lhes é conferida graça que os
capacita a praticar as responsabilidades de oficiar a Missa, conduzir as
paróquias da Igreja Católica, e outros deveres especiais.
COMENTÁRIO
O termo Ordens
Sacras não aparece na Bíblia, e não há cerimônias ou comportamentos no Novo
Testamento que sejam comparáveis com a prática católica de ordenar sacerdotes.
Como foi mencionado antes, não havia classe especial de sacerdotes na igreja
cristã primitiva.
Nas ocasiões
quando evangelistas, aqueles que eram sustentados para pregar a palavra de
Deus, saíam para uma jornada, seus colaboradores os despediam com uma
"imposição de mãos" (veja, por exemplo, Atos 13:1-3). Esta prática,
contudo, não era nenhum tipo de ordenação, mas muito mais parecida com um
costume representando uma bênção à obra a ser cumprida.
No Velho
Testamento, Deus deu instruções muito especiais sobre como os sacerdotes teriam
que assumir seu papel de guias espirituais de Israel. Aquelas práticas,
contudo, aplicavam-se somente à fé judaica, porque os deveres sacerdotais
estavam ligados diretamente ao serviço no templo, envolvendo sacrifícios de
animais e adesão à lei judaica.
Estas práticas
da velha aliança entre Deus e Israel não são parte da nova aliança entre Jesus
e seus seguidores.
MATRIMÔNIO
O sacramento
do Matrimônio é dado a um homem e uma mulher quando são unidos como esposo e
esposa e a graça é recebida por eles para cumprirem obedientemente as
responsabilidades que esta nova relação cria. Na maioria dos casos um padre
oficia a cerimônia de casamento, contudo, com permissão especial, um católico
pode ser casado por um ministro de outra denominação.
COMENTÁRIO
O sacramento
do matrimônio não é mencionado na Bíblia. Há ocasiões nas Escrituras quando
casamento e bodas são mencionados, mas em nenhuma destas instâncias a união do
homem com a mulher é parte de uma cerimônia religiosa. Há mandamentos dados nas
Escrituras sobre a necessidade de fidelidade no casamento e os papéis do esposo
e da esposa, e o casamento poderia certamente cair dentro dos mandamentos
gerais para se obedecerem as leis do governo (Romanos 13:1,2 e 1 Pedro
2:13-17). Além destes regulamentos, a Bíblia não indica que qualquer graça
especial seja recebida por um casal no dia das suas bodas.
UNÇÃO DOS ENFERMOS
O sacramento
da Unção dos Enfermos é ministrado àqueles católicos que estão em perigo de
morte. O propósito do sacramento é restaurar a saúde da pessoa e absolver o
indivíduo de qualquer pecado remanescente. Ele também serve como preparação
para a morte. Um padre ora e unge a pessoa doente com azeite que foi benzido
por um bispo. O sacramento também é conhecido como Extrema Unção, Últimos Ritos
ou Última Bênção. A bênção é dada a uma pessoa que está morrendo e que tenha
feito um Ato de Contrição e que tenha confessado o Nome Santo. É usada a
fórmula do Papa Benedito XIV; a bênção não pode ser dada a um moribundo que foi
excomungado, a um impenitente, ou quem quer que esteja morrendo em pecados
mortais.
COMENTÁRIO
A Epístola de
Tiago, capítulo 5, versículos 14 e 15 diz: "Alguém de vocês está doente?
Mande chamar os presbíteros da Igreja para que rezem por ele, ungindo-o com
óleo, em nome do Senhor. A oração feita com fé salvará o doente: o Senhor o
levantará e, se ele tiver pecados, será perdoado." Isto soa muito
semelhante à prática católica de ungir os doentes, contudo, na Bíblia, a oração
e a unção são feitas pelos presbíteros, não por um padre.No Velho Testamento há
várias ocasiões em que pessoas que estão próximas da morte dão bênçãos àqueles
que permanecerão na terra depois de sua partida; contudo, não há instâncias de
uma bênção dada à pessoa que está morrendo.
RESUMO
Pelo estudo
realizado, ficou esclarecidoque alguns dos sacramentos são semelhantes a
práticas encontradas nas Escrituras, enquanto outros não são de modo algum
encontrados nas Escrituras, de forma nenhuma.
Jandira Nogueira
Jandira Nogueira
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